Conteúdo atualizado em 31/03/2022
Na indústria, um dos principais indicadores de produtividade é o nível de uso da capacidade instalada – quantidade máxima de itens que as máquinas da fábrica são capazes de produzir. Quando se produz menos do que essa quantidade, temos a chamada capacidade ociosa – situação que nenhuma indústria gosta de estar, pois representa desperdício de recursos e redução da lucratividade.
Na suinocultura, capacidade ociosa também é um problema. A diferença é que no lugar das máquinas, temos as matrizes. Saber exatamente o quanto elas estão produzindo e o quanto podem produzir é fundamental para que o produtor aumente seus lucros. Para evitar desperdícios, convidamos você a analisar com cuidado o índice de Dias Não Produtivos (DNP), que nada mais é do que a soma dos períodos nos quais as fêmeas ativas não estão em gestação ou em lactação.
DNP é prejuízo
Do ponto de vista do negócio, dias não produtivos são prejudiciais à produção, já que durante esses dias os animais seguem ingerindo ração, ocupando espaço e demandando mão de obra e produtos veterinários. Tudo isso sem entregar nada em troca, o que significa capacidade ociosa na granja.
Tecnicamente, um alto índice de DNP tem relação direta com uma ou várias das seguintes situações: Intervalo Desmame Cobertura (IDC) acima do normal; matrizes vazias (paradas); repetições de cio; abortos; falsa prenhez; mortalidade e descarte de fêmeas, entre outras. Essas situações influenciam o número de partos por fêmea ao ano (PFA) que, por sua vez, impacta diretamente o principal indicador de eficiência reprodutiva: o total de leitões desmamados por fêmea ao ano (DFA).
DNP é perda
Se existem várias causas para dias não produtivos, é importante que você conheça todas elas, por meio de informações qualificadas e sistematizadas, e questione qual impacta mais o seu negócio. Para responder a essa pergunta, avaliaremos uma granja produtora de leitões de 7 quilogramas, com 660 matrizes, que atingiu média de 29,81 desmamados por fêmea ao ano (DFA), com uma remuneração, também média, de R$ 150,00 por leitão.
Antes de analisar o custo das causas, precisamos traduzir um DNP em leitões desmamados. Para isso, basta dividir o DFA por 365 dias e vamos obter o número de leitões que uma matriz ativa produz a cada dia. Nesse exemplo, a divisão de 29,81 por 365 resulta em 0,0817 leitão. Se cada leitão gera R$ 150,00, é fácil concluirmos que o custo de cada dia não produtivo é de R$ 12,25 (0,0817 X R$150,00). Dinheiro que deixa de entrar no caixa da granja a cada DNP!
Com essa informação em mãos, será possível identificar os reais desperdícios. Assim, ao observar os índices zootécnicos da granja, é importante identificar qual foi o tipo de evento que gerou maior quantidade de dias não produtivos – aborto, repetição de cio, descarte de gestante, etc. A partir desse mapeamento, o gestor poderá avaliar quais ações de melhoria permitirão um retorno maior de faturamento.
Na prática
O DNP nos ajuda também a mensurar o impacto dos eventos zootécnicos que o geraram. Por exemplo: na granja citada acima, qual impacto de uma repetição de cio de 42 dias? Para chegar à resposta, basta multiplicar os 42 dias por R$ 12,25 (custo de cada DNP). Pronto: agora você sabe que somente esse evento retira R$ 514,50 do faturamento futuro da granja, além de ter o custo de manter esse animal no plantel sem estar produzindo.
O impacto econômico de cada evento, a partir do que se deixa de faturar com um DNP, é um bom norteador para gerar um plano de ação focado em reduzir dias não produtivos. Para decidir como executá-lo, é necessário avaliar o custo das ações de melhoria para obter a lucratividade – se uma determinada ação demandar mais investimento que outra, será a diferença entre o custo do DNP e o custo da melhoria que permitirá avaliar se essa ação deve ser priorizada. Então, mãos à obra!
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